Harry Potter e as Relíquias da Morte





SUMÁRIO
Dedicatória
Poemas
CAPÍTULO 01 - A ASCENSÃO DO LORDE DAS TREVAS
CAPÍTULO 02 - IN MEMORIAN
CAPÍTULO 03 - A PARTIDA DOS DURSLEY
CAPÍTULO 04 - OS SETE POTTERS
CAPÍTULO 05 - GUERREIRO CAÍDO
CAPÍTULO 06 - O VAMPIRO DE PIJAMAS
CAPÍTULO 07 - O TESTAMENTO DE ALVO DUMBLEDORE
CAPÍTULO 08 - O CASAMENTO
CAPÍTULO 09 - UM LUGAR PARA SE ESCONDER
CAPÍTULO 10 - A HISTÓRIA DE MONSTRO
CAPÍTULO 11 - O SUBORNO
CAPÍTULO 12 - MAGIA É PODER
CAPÍTULO 13 - COMISSÃO DE REGISTRO PARA NASCIDOS T...
CAPÍTULO 14 - O LADRÃO
CAPÍTULO 15 - A VINGANÇA DO DUENDE
CAPÍTULO 16 - GODRIC'S HOLLOW
CAPÍTULO 17 - O SEGREDO DE BATHILDA
CAPÍTULO 18 - Vida e Mentiras de Alvo Dumbledore
CAPÍTULO 19 - A CORSA PRATEADA
CAPÍTULO 20 - XENOPHILIUS LOVEGOOD
CAPÍTULO 21 - O CONTO DOS TRÊS IRMÃOS
CAPÍTULO 22 - AS RELÍQUIAS DA MORTE
CAPÍTULO 23 - A MANSÃO MALFOY
CAPÍTULO 24 - O FABRICANTE DE VARINHAS
CAPÍTULO 25 - CABANA DE CONCHAS
CAPÍTULO 26 - GRINGOTES
CAPÍTULO 27 - O ESCONDERIJO
CAPÍTULO 28 - O ERRO DO ESPELHO
CAPÍTULO 29 - A TIARA PERDIDA
CAPÍTULO 30 - A DEMISSÃO DE SNAPE
CAPÍTULO 31 - A BATALHA DE HOGWARTS
CAPÍTULO 32 - A VARINHA ANCIÃ
CAPÍTULO 33 - A HISTÓRIA DO PRÍNCIPE
CAPÍTULO 34 - DE VOLTA À FLORESTA
CAPÍTULO 35 - KING'S CROSS
CAPÍTULO 36 - O ERRO NO PLANO
Epílogo

Dedicatória

A dedicatória deste livro é dividida em sete partes.
Ao Neil
A Jessica
Ao David
A Kenzie
A Di
A Anne
E à você, que ficou com o Harry até o fim.

Poemas

Poemas

"A morte é além de cruzar o mundo, como amigos fazem nos mares; Vivem dentro um do
outro. Para eles as necessidades devem estar presentes, esse amor é viver naquele que
é Onipotente. Neste vidro/espelho divino, se vêem cara a cara; e suas conversas são
livres, assim como puras. Este é o conforto dos amigos, que pensavam que poderiam
morrer, ainda sua amizade e sociedade são, no melhor sentido, sempre presente, porque
é imortal".
(William Penn - Fruits of Solitude. Parte II: Union of Friends)
Oh, o pão de tormento na raça,
o grito moendo da morte
e o golpe que bate a veia,
a hemorragia que nenhum pode estancar, a aflição,
a maldição que nenhum homem pode agüentar.
Mas há uma cura na casa,
e não fora disto, não,
não de outros mas deles,
a discussão sangrenta deles. Nós cantamos à vocês,
deuses escuros em baixo da terra.
Agora ouça, os poderes felizes debaixo da terra
responda a chamada, envie ajuda.
Abençoe as crianças, lhes dê agora o triumfo.
Aeschylus, The Libation Bearers

CAPÍTULO 01 - A ASCENSÃO DO LORDE DAS TREVAS

CAPÍTULO 02 - IN MEMORIAN

Harry estava sangrando, segurando firmemente sua mão direita com a esquerda,
ofegante, ele abriu a porta de seu quarto com um encontrão. Houve um barulho de louça
se quebrando; Ele tropeçou numa xícara de chá fria que esteve parada no chão do lado
de fora da porta de seu quarto.
- "Que m...?"
Ele olhou à sua volta, o número quatro da Rua dos Alfeneiros estava deserto.
Provavelmente a xícara de chá era a idéia de Duda de uma armadilha inteligente.
Mantendo a sua mão que sangrava elevada, Harry juntou os pedaços de xícara quebrada
com a outra mão e os lançou no lixo já cheio que havia dentro de seu quarto. Então ele foi
em direção ao banheiro e colocou seu dedo na torneira.
Era estúpido, irritante além do que se pode imaginar que ele ainda teria quatro dias em
que teria problemas para lançar magias... mas ele tinha que admitir que esse corte
profundo em seu dedo teria o derrotado. Ele nunca havia aprendido como curar
ferimentos, e agora que pensava nisso - particularmente tendo em vista seus planos
imediatos - isso parecia ser uma séria falha em sua educação mágica. Fez uma nota
mental para perguntar à Hermione como se fazia, ele usou um grande chumaço de papel
higiênico para absorver o máximo de chá que ele conseguiu, antes de retornar ao seu
quarto e bater a porta atrás dele.
Harry havia passado a manhã na tarefa de esvaziar seu baú da escola pela primeira vez
desde que ele tinha o arrumado seis anos antes, entre os anos anteriores, ele apenas
havia remexido no topo de seus pertences e substituído ou melhorado eles, deixando uma
camada de coisas sem utilidade no fundo - penas velhas, olhos dissecados de besouros,
e meias sem par que não mais o serviam. Minutos antes, Harry havia mergulhado sua
mão nessas coisas, sentiu uma dor lancinante no dedo anelar de sua mão direita, e ao
retirá-lo viu que estava sangrando muito.
Agora ele prosseguia com mais cuidado, ajoelhando-se ao lado do baú novamente,
apalpou o fundo, achando um velho broche que trocava a frase que mostrava, ora
dizendo APÓIE CECDRICO DIGGORY, ora dizendo POTTER FEDE, um velho que
quebrado Bisbilhoscópio, e um medalhão dourado dentro do qual um bilhete assinado por
R.A.B esteve escondido, ele finalmente descobriu o objeto pontudo que produziu o dano.
Ele reconheceu-o como um pedaço de 5 centímetros do espelho encantado que o seu
padrinho morto, Sirius, havia dado para ele. Harry colocou-o de lado e cuidadosamente
vasculhou o baú a procura do resto, mas nada mais restava do último presente de seu
padrinho, exceto vidro em pó que se agarravam firmemente às camadas mais profundas
como uma areia brilhante.
Harry se sentou e examinou o pedaço afiado com o qual ele havia se cortado, vendo nada
mais que seu próprio olho verde brilhante refletido de volta. Então ele colocou o fragmento
no topo do Profeta Diário daquela manhã, que continuava sem ser lido na cama, e tentou
suprimir a onda crescente de memórias amargar, as punhaladas de arrependimento e
saudosismo, que a descoberta do espelho quebrado havia causado, estando junto com o
resto do lixo no baú.
Ainda foi gasta mais uma hora para esvaziá-lo completamente, jogar fora os itens sem
utilidade, e distribuir o restante em pilhas de acordo com que ele iria necessitar de agora
em diante. Seus robes de escola e de quadribol, caldeirão, pergaminho, penas e a maioria
dos seus livros didáticos foram empilhados em um canto, para ser deixados para trás. Ele
imaginou o que seus tios fariam com eles, queimá-los na calada da noite, provavelmente,
como se fossem evidência de um crime horroroso. Suas roupas de trouxa, Capa da
Invisibilidade, kit de fazer poções, alguns livros, o álbum de fotografia que Hagrid uma vez
deu para ele, uma pilha de cartas e sua varinha foram recolocados em uma mochila
velha. Num bolso frontal onde o Mapa do Maroto e o medalhão com o bilhete assinado
por R.A.B, dentro dele. O medalhão ocupava esse lugar de honra não por ser valioso - no
senso comum ele era inútil - mas sim pela dificuldade que enfrentara para obtê-lo.
Isso deixou um monte considerável de jornal em sua escrivaninha ao lado de sua coruja
branca Edwiges: um para cada dia que Harry havia passado na Rua dos Alfeneiros neste
verão.
Ele se levantou do chão, se recompôs e se dirigiu para sua escrivaninha. Edwiges não se
movimentou assim que ele começoua folhear os jornais, jogando-os na pilha de lixo um
por um. A coruja estava adormecida, ou até mesmo fingindo, ela estava brava com Harry
sobre o limitado tempo que ela era permitida ficar fora de sua gaiola naquele momento.
À medida que se aproximava ao começo da pilha de jornais, Harry diminuiu o ritmo,
procurando por uma situação em particular que ele sabia ter acontecido pouco tempo
depois dele ter chegado na Rua dos Alfeneiros para o verão, ele se lembrava de haver
uma pequena menção acima da renúncia da professora para Estudo dos Trouxas em
Hogwarts. No final o encontrou. Virando para a página dez, ele se afundou na cadeira da
escrivaninha e releu o artigo pelo qual esteve procurando.
LEMBREM-SE DE ALVO DUMBLEDORE
Por Elphias Doge
Eu conheci Alvo Dumbleadore aos onze anos, em nosso primeiro dia em Hogwarts. Nossa
atração mútua se devia sem dúvidas pelo fato que ambos nos sentíamos como estranhos.
Eu havia contraído sífilis Draconiana logo antes de chegar à escola, e assim que não era
mais contagioso, a visão de mim esburacado e com um tom esverdeado não encorajava
muitos a se aproximarem de mim. No que o concernia, Alvo havia chegado em Hogwarts
sob o fardo de uma notoriedade indesejada. Praticamente um ano antes, seu pai,
Percival, foi condenado por um ataque selvagem e de conhecimento geral a três trouxas
jovens.
Alvo nunca tentou negar que seu pai (que estava condenado à morte em Azkaban) havia
cometido esse crime; pelo contrário, quando eu tomei coragem para perguntá-lo sobre
isso, ele me afirmou que sabia que seu pai era culpado. Além disso, Dumbledore se
recusava a falar sobre o ocorrido, apesar de muitos tentarem fazê-lo falar disso. Alguns,
além disso, estavam dispostos a endossar a atitude do pai de Alvo, e assumiam que ele
também odiava trouxas. Eles não podiam estar mais enganados. Assim como qualquer
um que conhecesse Alvo pode atestar, ele nunca revelou de maneira remota qualquer
tendência anti-trouxas, e além, seu determinado apoio aos direitos dos Trouxas renderam
muitos inimigos nos anos subseqüentes.
Em questão de meses, porém, a fama do próprio Alvo começou a se sobrepor aquela de
seu pai. Ao final do primeiro ano ele nunca mais seria conhecido como o filho do Odeia-
Trouxas, mas nada menos que o mais brilhante estudante já visto na escola. Aqueles de
nós que éramos privilegiados de ser seus amigos, nos beneficiamos do seu exemplo,
para não falar de sua ajuda e encorajamento, com o qual ele era sempre generoso. Ele
confessou para mim mais tarde na vida, que ele sabia desde aquela época que o seu
maior prazer se encontrava em lecionar.
Ele não apenas ganhou cada prêmio que a escola oferecia, como também mantinha
contato regular com os mais notáveis nomes do mundo da magia naqueles dias, incluindo
Nicolau Flamel, o celebrado alquimista, Bathilda Bagshot, a notável historiadora, e
Adalbert Wafflind, o teórico da magia. Muitos de seus trabalhos encontraram espaço em
publicações conhecidas como Transfiguração Hoje, Desafios nos Encantamentos e O
Prático Pocionista. A carreira futura de Dumbledore parecia ser meteórica, e a única
questão era quando ele iria se tornar Ministro da Magia. Apesar de ser dito algumas vezes
nos anos seguintes que ele estava quase aceitando o emprego, no entanto, ele nunca
teve ambições Ministeriais.
Três anos depois de começarmos Hogwarts o irmão de Alvo, Aberforth, chegou à escola.
Eles não eram parecidos; Aberforth nunca foi centro das atenções, e, ao contrário de Alvo,
preferia argumentar através do duelo em vez de utilizar a discussão racional. No entanto,
é errado sugerir, como alguns fazem, que os irmãos não eram amigos. Eles se
relacionavam tão confortavelmente como dois garotos tão diferentes podem fazer. Em
justiça à Aberforth, deve-se admitir que viver à sombra de Alvo não deve ter sido uma
experiência agradável. Sendo continuamente ofuscado era um risco ocupacional de ser
seu amigo, e não pode ter sido mais fácil como irmão.
Quando Alvo e eu deixamos Hogwarts, nós tinhas inteção de seguir o caminho tradicional
à época, visitando e observando bruxos estrangeiros, antes de de perseguirmos nossas
carreiras separadas. No entando, a tragédia interferiu. Na véspera de nossa viagem, a
mãe de Alvo, Kendra, morreu, tornando Alvo arrimo da família. Eu adiei minha partida o
suficiente para prestar minhas homenagens no funeral de Kendra, e então parti para o
que seria então uma jornada solitária. Com um irmão e uma irmã mais novos para tomar
conta, e com pouco dinheiro deixado para eles, não havia como Alvo me acompanhar.
Aquele foi o período das nossas vidas em que tivemos menos contato, eu escrevi para
Alvo, descrevendo, talvez insensivelmente, as maravilhas da minha jornada, como
quando quase não consegui escapar de quimeras na Grécia, assim como as experiências
do Egípcios alquimistas. As suas cartas me diziam pouco sobre seu dia-a-dia, que eu
imaginava ser frustrante e tediosa para um mago tão brilhante. Imerso em minhas
próprias experiências, foi com horror que eu ouvi, ao final do meu ano de viagens, que
mais uma tragédia atingiu Dumbledore: a morte de sua irmã, Ariana.
Apesar de Ariana ter estado em má saúde por muito tempo, a temporada após a morte de
sua mãe, teve um profundo efeito em ambos irmãos. Os mais próximos de Alvo - e eu me
incluo como um sortudo nesse meio - concordam que os sentimentos de responsabilidade
de Alvo pela morte de Ariana (apesar de obviamente ele não ter culpa nenhuma),
deixaram sua marca nele para sempre.
Eu voltei para casa e encontrei um jovem rapaz que tinha experimentado o sofrimento de
uma pessoa muito mais velha, Alvo estava mais reservado que antes, e com o coração
muito menos brilhante. Em adição à sua miséria, a perda de Ariana levou, não à uma
reaproximação entre Alvo e Aberforth, mas para um estranhamento.(Em tempo isso iria
mudar - anos mais tarde eles reestabeleceram se não uma relação próxima, cordial ao
menos.) No entando, ele raramente falava de seus pais ou de Ariana a partir daquela
época, e seus amigos aprenderam a não mencioná-los.
Outras penas vão descrever os triunfos dos anos seguites. As inúmeras contribuições de
Dumbledore para o conhecimento Bruxo, incluindo a descoberta dos 12 usos de sangue
de dragão, que beneficiarão as gerações por vir, assim como a sua sabedoria que ele
demonstrou nos váriso julgamentos que fez quando Chefe Bruxo do "Wizengamot". Ainda
se diz, que nenhum duelo bruxo se comparou àquele entre Dumbledore e Grindelwald em
1945. Aqueles que testemunharam, escreveram do terror e respeito que sentiram ao
observar esses dois extraordinários bruxos duelarem. O triunfo de Dumbledore e suas
consequências para o mundo da magia, são considerados um ponto de mudança na
história mágica, comparável à introdução do Estatuto Internacional de Segredo ou à
queda d'Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.
Alvo Dumbledore nunca foi orgulhoso ou vaidoso, ele podia encontrar algo a se valorizar
em qualquer um, no entanto aparentemente insignificante e cabisbaixa, e eu acredito que
suas perdas iniciais o beneficiaram com uma grande humanidade e simpatia. I vou sentir
a falta de sua amizade mais do que eu posso falar, mas minha perda não é nada
comparada com a perda do mundo da magia. Que ele era o mais inspirador e mais
amado de todos os diretores de Hogwarts não se pode questionar. Ele morreu enquanto
vivia: trabalhando sempre para um bem maior, e como sempre, disposto a estender a mão
para um garotinho com sífilis Draconiana como ele estava no dia em que o conheceu.
Harry terminou de ler mas continuou a observar a figura que acompanhava o obituário.
Dumbledore estava com o seu familiar e gentil sorriso, mas ao olhar por cima de seus
oclinhos de meia-lua, ele deu a impressão, até mesmo em uma foto, de olhar através de
Harry, cuja tristeza se fundia com um senso de humilhação. Ele pensou que conhecia
Dumbledore bem, mas desde que leu esse obituário ele foi forçado a reconhecer que ele
mal o conhecia na verdade.
Nunca havia antes imaginado a infância ou a juventude de Dumbledore, era como se ele
apenas houvesse existido como Harry o conheceu, respeitável, de cabelos pratas e velho.
A idéia de um Dumbledore adolescente era simplesmente estranha, como tentar imaginar
uma Hermione estúpida ou um Explosivim amigável.
Ele nunca havia imaginado perguntar à Dumbledore sobre o seu passado. Sem dúvida
pareceria estranho, até mesmo impertinente, mas em verdade, era de conhecimento geral
que Dumbledore participou daquele duelo lendário com Grindelwald, e Harry não havia
pensando em perguntar a Dumbledore como foi que aconteceu, e nem sobre qualquer
outra de suas conquistas famosas. Não, eles haviam sempre discutido Harry, o passado
de Harry, o futuro de Harry, os planos de Harry... e parecia agora que, apesar de seu
futuro ser tão
perigoso e incerto, que ele havia perdido oportunidades únicas quando ele falhou em
perguntar a Dumbledore mais sobre ele, mesmo sabendo que a única pergunta pessoal
que ele havia perguntado ao seu diretor, foi a única que ele suspeitava que Dumbledore
não respondeu honestamente.
- "O que você vê quando você olha no espelho?"
- "Eu me vejo segurando um par de grossas meias de lã."
Depois de pensar demoradamente, Harry rasgou o obituário fora do Profeta, dobrou-o
cuidadosamente, e o enfiou dentro do primeiro volume de Defesa Mágica Prática e Em
Uso
Contra as Artes Negras. Então ele jogou o resto do jornal na pilha de lixo e virou-se para
encarar a sala. Estava muito mais arrumada. As únicas coisas que continuavam fora do
lugar era o Profeta Diário do dia, ainda em cima da cama, e em cima dele o pedaço de
espelho quebrado.
Harry andou através da sala, afastou o fragmento de espelho do Profeta Diário do dia e
desdobrou o jornal. Ele tinha apenas olhado a manchete quando ele retirou o jornal
enrolado do correio coruja naquela manhã e jogou-o de lado, depois de constatar que não
falava nada sobre Voldemort. Harry tinha certeza que o Ministério estava pressionando o
Profeta para suprimir notícias sobre Voldemort. E apenas naquele momento, entretanto,
que ele viu o que havia deixado passar...
Na extensão da metade inferior da capa do jornal, uma pequena manchete pairava acima
de uma pequena foto de Dumbledore que caminhava parecendo estar com pressa.
DUMBLEDORE - A VERDADE ATÉ QUE ENFIM
A ser lançada semana que vem, a história chocante do gênio imperfeito que é
considerado por muitos como o maior Bruxo de sua geração. Desfazendo-se dessa sua
popular imagem serena, sabedoria de barba prateada, Rita Skeeter revela a infância
conturbada, a juventude transviada, os desafetos vitalícios e os segredos culposos que
Dumbledore levou para sua tumba. POR QUÊ o homem cotado para ser Ministro da
Magia se contentou em permanecer como diretor? QUAL era o real propósito da
organização secreta conhecida como a Ordem da Fênix? COMO foi que Dumbledore
encontrou seu fim?As respostas para essas e outras questões são exploradas na
explosiva nova biografia A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore, por Rita Skeeter,
entrevistada exclusivamente por Betty Braithwaite, na página 13 interna.
Harry abriu o o jornal e achou a página 13. O artigo era encabeçado por uma foto
mostrando outro rosto familiar; uma mulher usando óculos com gemas com cabelos
encaracolados, seus dentes cerrados naquilo que claramente era pra ser um sorriso de
vitória, apontando seus dedos para ele. Fazendo o melhor possível para ignorar essa
imagem nauseante, Harry continuou a ler.
Pessoalmente, Rita Skeeter é muito mais calorosa e suave que os seus famosos retratos
de pena sugerem. Cumprimentando-me no hall de sua aconchegante residência, ela me
leva diretamente para a cozinha para uma xícara de chá, uma fatia de bolo inglês e
começamos a falar das últimas fofocas.
" Bem, obviamente, Dumbledore é o sonho de qualquer biógrafo," diz Skeeter. "Uma vinda
longa e ocupada. Tenho certeza que meu livro será o primeiro de uma série de
muitos."Skeeter certamente estava a postos. Seu livro de 900 páginas foi terminado
apenas 4 semanas depois da misteriosa morte de Dumbledore em Junho. Eu a questionei
sobre como ela gerenciou essa obra super rápida. "Oh, quando você já foi uma jornalista
por tanto tempo como eu fui, trabalhar com prazos curtos se torna natural. I sabia que o
mundo da Magia estava clamando pela história completa e eu queria ser a primeira a
contemplar essa necessidade."
Eu menciono a recente, amplamente publicada declaração de Elphias Doge, Consultor
Especial para o "Wizengamot" e amigo de longa data de Alvo Dumbledore, de que "O livro
de Skeeter contém menos verdades que uma carta de um sapo de chocolate."Skeeter
curva sua cabeça para trás e ri.
" Querido Dodgy! Eu me lembro de entrevistá-lo alguns anos atrás sobre os direitos dos
sereianos, Deus o abençoe. Completamente gagá, parecia estar pensando que
estávamos sentados no fundo do Lago Windermere, ficava me falando para tomar
cuidado com as trutas."
E as acusações de Elphias Doge de imprecisão já ecoaram em muitos lugares. Será que
Skeeter realmente sente que nossas quatro curtas semanas foram o suficiente para obter
uma visão geral e completa da vida longa e extraordinária de Dumbledore?
" Oh, minha querida" sorri Skeeter, envolvendo carinhosamente minhas falanges. "Você
sabe tão bem quanto eu quanta informação pode ser gerada por uma sacola gorda cheia
de Galeões, uma recusa de ouvir a palavra 'não' e uma bela e afiada Pena de Notas-
Rápidas! As pessoas estavam ansiosas por se livrar das sujeiras de Dumbledore de
qualquer maneira.
Não, é da mãe e da irmã que eu fico intrigada, e um pouco de insistência revelou um
ninho de histórias - mas, como eu disse, vocês terão que esperar pelos capítulos 9 ao 12
para detalhes completos. Tudo o que eu posso falar agora é que eu entendo porquê
Dumbledore nunca falou como quebrou o nariz."Deixando os podres familiares de lado,
será que Skeeter nega o brilhantismo que levou Dumbledore à muitas de suas
descobertas mágicas?
" Ele era um crânio", ela concorda, "apesar de que agora muitos se questionam se ele
pode levar todo o crédito por todas as suas supostas conquistas. Como eu revelo no
capítulo 16, Ivor Dillonsby diz que já havia descoberto oito usos do sangue de dragão
antes de Dumbledore 'emprestar' seu trabalho." Mas a importância de alguns dos feitos de
Dumbledore, não podem, eu me arrisco a dizer, ser negados. E sobre a sua famosa vitória
sobre o bruxo Grindelwald?
" Oh, agora eu estou grata de você ter mencionado Grindelwald," diz Skeeter com um
sorriso tentador "Eu receio que aqueles que acreditam cegamente na vitória espetacular
de Dumbledore devem se preparar para uma bomba - quem sabe uma bomba de bosta.
Negócios muito sujos. Tudo que irei falar é que não tenham absoluta certeza que houve
mesmo um duelo lendário. Depois de terem lido meu livro, as pessoas podem ser
forçadas a concluir que Grindelwald simplesmente conjurou um guardanapo branco da
ponta de sua varinha e ficou quieto!"
Skeeter se recusa a revelar qualquer coisas mais nesse assunto intrigante, então nos
direcionamos para a relação que irá fascinar seus leitores mais do que qualquer outra.
“ Oh, sim" disse Skeeter, consentindo rapidamente, "Eu dediquei um capítulo inteiro para
toda a relação Potter-Dumbledore. Ela tem sido chamada de insalubre, até mesmo
sinistra. Mais uma vez, seus leitores terão que comprar meu livro para ter acesso à toda
história, mas não há dúvida de que Dumbledore interessou-se além do normal com Potter
pelo que se diz. Se era realmente para o interesse do garoto - bom, nós veremos. É
certamente um segredo conhecido de que Potter teve a mais conturbada das
adolescências.
Eu pergunto se Skeeter ainda está em contato com Harry Potter, a quem ela fez uma
entrevista famosa ano passado; uma consensuosa entrevista na qual Potter falou
exclusivamente sobre a sua convicção de que Você-Sabe-Quem teria voltado.
" Oh sim, nós desenvolvemos um elo próximo," diz Skeeter. "O pobre Potter tem poucos
amigos de verdade, e nós nos encontramos num dos momentos mais desafiadores de
sua vida - O Torneio Tribruxo. Eu sou provavelmente uma das poucas pessoas vivas que
pode dizer que conhece o verdadeiro Harry Potter."
O que nos leva diretamente aos vários rumores que ainda circulam sobre as últimas horas
de Dumbledore. Será que Skeeter acredita que Potter esteve lá quando Dumbledore
morreu?
" Bom, eu não quero falar demais - está tudo no livro - mas testemunhas oculares dentro
do castelo de Hogwarts viram Potter sair correndo da cena momentos depois que
Dumbledore caiu, pulou ou foi empurrado. Potter mais tarde deu evidências contra Severo
Snape, um grande desafeto de Potter. Será tudo o que parece? Cabe à comunidade
bruxa decidir - assim que eles lerem meu livro."
Com essa intrigante deixa, eu me retirei. Não há dúvidas que Skeeter escreveu um bestseller
instantâneo. As legiões de adoradores de Dumbledore, podem também estar
tremendo, sobre o que está próximo de ser revelado sobre o seu herói.
Harry sentou bruscamente na cama. O pedaço quebrado de espelho saiu voando para
longe dele, ele o pegou e ficou girando em seus dedos, pensando em Dumbledore e nas
mentiras com as quais Rita Skeeter o estava difamando...
Um clarão do mais brilhante azul. Harry congelou. Seu dedo machucado passando na
ponta afiada do espelho novamente. Ele havia imaginado isso, ele deve ter imaginado.
Ele olhou por cima de seu ombro, mas a parede era da cor pêssego que a Tia Petúnia
havia escolhido. Não havia nada azul aqui que o espelho pudesse refletir. Ele olhou
dentro do fragmento de espelho novamente e não viu nada, além do seu próprio olho
verde olhando em resposta pra ele.
Ele havia imaginado isso, não havia outra explicação, porquê ele esteve pensando no seu
falecido diretor. Se alguma coisa era certa, era que os olhos azuis brilhantes de Alvo
Dumbledore nunca mais o penetrariam com seu olhar.

CAPÍTULO 03 - A PARTIDA DOS DURSLEY